O azul do céu
Qual é o céu mais azul, ou melhor, qual o azul mais bonito? Será o azul do céu de agora, o céu de verão? É um azul meio inconstante, varia de claro a intenso, passa pelo cinza, claro e escuro, e volta a ficar azul, com diversas possibilidades de tons, com nuvens maiores ou menores criando um contraponto que serve de parâmetro para a análise da cor do céu.
Será que o azul do céu de inverno não é mais bonito? Ele também varia de tonalidade, mas normalmente é mais denso do que o céu de verão, muito embora fique cinza mais vezes, pelo menos na cidade de São Paulo, onde as estações se sucedem, não em um ano, mas num único dia.
E o que dizer do céu dos dias de primavera? Não só do céu, mas da vida que se espalha depois do frio do inverno, nas cores que renascem, no vento cheirando a terra, no azul que se consolida, depois de outubro, de forma clara e nítida, num tom intenso sem ser pesado.
Todos os céus são bonitos. Todos os azuis têm seu mérito, sua variação que evita a monotonia, que quebra a mesmice e faz cada dia único, começando pela cor do céu.
Mas, com todo o respeito que os outros dias merecem, será que tem dia mais belo que o dia de outono?
Será que a natureza, em sua enorme capacidade de surpreender ao longo das outras estações, consegue desenhar um quadro mais rico, mais intenso e mais transparente?
Porque o dia de outono vai além de ser simplesmente azul. Ele é azul, intensamente azul, limpo, transparente e profundo, como se fosse sua missão abrir para os olhos humanos os segredos das galáxias.
Os dias de outono conseguem, além do azul do céu, misturar a leveza do ar com a cor do capim gordura e das flores das paineiras, criando um cenário de sonho que dificilmente será batido.
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