O avesso do absurdo
A linha de raciocínio, se é que é possível dizer isso, da presidenta que foi estudanta, mas não aprendeu muita coisa é absolutamente fantástica. Segundo ela, a democracia permite protestar, mas não permite fechar estradas, ruas ou outras vias que viabilizem a distribuição de produtos de primeira necessidade para a população.
Na visão torta de quem nunca lutou pela democracia, nem tem pós-graduação, não poderia ser diferente. E por isso não é. De acordo com a cartilha da inventora da pátria educadora, os caminhoneiros não podem fechar as estradas, mas o MST, os índios e os outros movimentos sociais podem fechar, invadir e tomar o que quiserem, em nome da antiga realidade pré-colombiana, ou da democracia venezuelana, ou qualquer outra tolice, como as que vão sendo implantadas no Brasil, a um custo absurdo pra quem quer, de verdade, andar pra frente.
Seria interessante a presidenta que foi estudanta explicar no seu vernáculo peculiar e incompreensível o que ela entende por não ser permitido fechar ruas e estradas pelos caminhoneiros que querem a sua saída e a contradição com a permissão, ou omissão, do fechamento de estradas e ruas por invasores de terra, baderneiros, bandidos condenados pela Justiça e o mais que usa os chamados movimentos sociais para tumultuar e impedir o progresso do país ou para ganhar dinheiro.
A forma como S. Exa. se dirige ao público, com ideias soltas em franca oposição umas com as outras, limita a compreensão do que ela queria dizer, mas isso não impede que ela insista, massacrando a língua pátria com a tranquilidade dos anjos expulsando Satanás do Paraíso.
Ao que parece, invasor de terra, assaltante e camelôs podem interromper o tráfego, mas caminhoneiro não, porque uns são mais democráticos do que os outros que são democráticos, mas nem tanto.
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