Marronzinho competente

Outro dia uma sobrinha muito querida me perguntou por que eu não gosto da CET. Eu respondi que não é uma questão de gostar ou não gostar, nem é uma questão de falta de respeito ou admiração negativa.

Ao contrário, eu tenho o maior respeito pela CET. Não há ninguém, pelo menos no Brasil, que se aproxime de sua competentíssima incompetência. A CET é profissionalmente incompetente. Investe nisso, se aprimora, adota técnicas modernas de gestão para o tráfego de jegues e muares em geral, recapitula a história colonial, deixando de pintar faixas onde realmente importa, desconsidera o que é feito no mundo, mas finge estar antenada, pintando faixas de pedestres em X como no Japão, etc.

Isso merece respeito e eu tenho esse respeito. E tenho admiração. Ser absolutamente incompetente não é para qualquer um. A prova disso é que a Infraero até tentou chegar no mesmo patamar, mas, ao ver as dificuldades pela frente, deixou a empreitada de lado. Desistiu porque a parada é para profissionais e a CET vem investindo faz muito tempo.

Por outro lado, como qualquer cidadão que tenta andar por São Paulo, não há como eu não reconhecer que o preço deste profissionalismo é o trânsito não andar, a cidade parar, com ou sem razão, debaixo de chuva ou com sol, de dia ou de noite, incluídos os finais de semana, feriados e dias santos.

E isso irrita. Eu sei que é feio ficar irritado, mas fazer o quê? Sou humano. Sinto na pele as consequências da média das ações da CET e confesso que não gosto, como tem gente que fica estressada.

Mas há exceções e elas fazem bem ao fígado. Soube de um marronzinho que, na Ponte da Cidade Universitária, obrigou um estafermo a seguir em frente porque tentava entrar na Marginal do Pinheiros pela terceira fila da esquerda. Palmas para ele! Pena que é a exceção…