Justiça e paz social
O Brasil vive um momento único em sua história. Com certeza o que estamos assistindo é inédito e, como diria o ex-presidente que elegia postes e que começou a enorme lambança, nunca antes se viu alguma coisa parecida.
É a primeira vez que presidentes da república são denunciados por crimes comuns, roubo, bandalheira, corrupção. É a primeira vez que altos figurões vão para a cadeia. É a primeira vez que muita coisa nova acontece e por isso não temos prática de caminhar com cuidado em cima dos pratos.
Porque a realidade é essa: somos um elefante numa loja de louças com os pratos no chão. A arte é atravessar a sala quebrando o mínimo possível e, de preferência, se for para quebrar, quebrando os menos valiosos.
Está mais do que certo investigar, julgar e punir os culpados pelos crimes que levaram o país à sua maior crise.
Crise que extrapola o universo econômico para entrar de cabeça no campo da ética e do comportamento moral da maioria dos nossos ditos homens públicos. De verdade, uma corja de ladrões que tenta se proteger e vai empurrando com a barriga, sem perceber que não é mais hora de fazer joguinhos ou de defender esse ou aquele.
De outro lado, não adianta afundar a nação num atoleiro interminável em nome de se fazer justiça.
Como perguntou um grande jurista alemão numa crise parecida, na época da República de Weimar: “vocês querem justiça a qualquer preço ou a paz social?”.
Essa é a pergunta a ser respondida. Vamos, na toada da inquisição, quebrar o país, ou vamos democraticamente punir quem deve ser punido e rapidamente retomar a marcha rumo a uma melhor justiça social?
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