José Márcio Mendonça
A morte do jornalista José Márcio Mendonça me pegou de frente e em cheio na notícia em destaque no Estadão de segunda feira, 22 de janeiro. Morreu um homem bom. Se, como escreveu o poeta, “a morte de qualquer homem me diminui porque sou parte do gênero humano”, a morte de um homem bom amesquinha o mundo porque ele fará muita falta.
José Márcio Mendonça era um querido amigo, com quem tive o privilégio de dividir o microfone da Rádio Eldorado durante muitos anos, ele comentarista do Jornal Eldorado, de manhã, eu comentarista no Jornal do final da tarde.
Não, não éramos parentes. Ele era Mendonça de Minas Gerais, eu sou Mendonça do Rio Grande do Sul. Isso tornava nossa amizade mais bela. Era fruto do encontro de dois homens, de suas crenças, ideias, forma de ver a vida e tocar em frente neste país maravilhoso chamado Brasil, onde tem tanta coisa para ser feita e ser jornalista, mais que uma profissão, é uma missão.
José Márcio Mendonça não transigia, não aceitava conchavos, não combinava antes, não abria mão de fazer a pergunta que tinha que ser feita, fosse para quem fosse, sobre o assunto que fosse, de forma clara e honesta. Também não tinha medo de bater forte se o assunto assim o exigisse, o entrevistado se esquivasse da resposta ou tentasse por a culpa nos outros.
José Márcio Mendonça tinha os olhos doces. Era calmo, ponderado, consciente de quem era e de sua competência. Tinha um senso de humor todo próprio e não tinha medo, nem vergonha, de rir de si mesmo.
Irônico, sua fina ironia era capaz de ir mais fundo do que frases de efeito, posturas agressivas ou qualquer tipo de deboche.
Descanse em paz, meu amigo José Márcio Mendonça, que as Minas Gerais do Céu te recebam de braços abertos e que a eternidade seja leve.
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