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Crônicas & Artigos

em 18/02/15

João dançou

por Antonio Penteado Mendonça

João saiu de casa fantasiado de jogador de futebol. Criatividade é isso, sair de casa fantasiado de jogador de futebol, mas, tudo bem, o importante é sair de casa, cair na folia, escolher a dedo o bloco e entrar na festa. Afinal, é carnaval!

O resto a gente vê depois, quando não tem mais o que fazer. O bom é se atirar de cabeça nas possibilidades da vida nos quatro dias de carnaval.

João sabe disso. Por isso saiu de casa, com uma garrafa de vodca dentro de uma mamadeira gigante pendurada no pescoço, pronto pra cair na folia, dançar no bloco, cantar alto e, se a sorte ajudar, encontrar companhia para continuar pulando, bebendo e acreditando que a vida é assim e que o depois não vai chegar nunca.

Mas o depois chega. Na quarta feira de cinzas ou até depois, mas o depois chega. Não há como não chegar. Pode ser bom ou ruim, mas que chega, chega, e ninguém foge dele.

Do momento da festa ou da porrada nos cornos, tanto faz. A diferença entre ganhar na loteria e se estrepar na vida pode ser menor que um fio de cabelo. É um vacilo e pronto! Está lá, estatelado no chão, sem carteira e sem celular.

Se o estrago for só esse, até que está bom. Pode ser maior, muito maior, e cobrar caro pelo resto da vida.

É o que pode acontece se não levar camisinha, não souber aonde vai, ou encontrar a pessoa errada.

João é folião antigo, está vacinado. Sabe aonde vai, tem camisinha no bolso e não é Mané de enturmar com qualquer um, ou uma. Não, as coisas não são assim como quem não tem nada pra perder. Pelo menos até a metade da garrafa de vodca. Depois, tanto faz. Depois, na hora, a gente não lembra e, quando lembra, na quarta feira, não adianta mais.

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