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Crônicas & Artigos

em 06/09/17

Horizonte perdido

Assisti de novo, depois de mais de 30 anos, o filme Horizonte Perdido. A primeira vez foi quando passou no Brasil, em 1974.

Na época, o filme mexeu comigo. Foi das últimas vezes que ser herói me pareceu fácil e mudar o mundo uma coisa possível.

A história, os quadros e o cenário envelheceram, mas a música continua linda. A trilha sonora é, sem dúvida, um dos grandes momentos da música no cinema. Ela é assinada por Burt Bacharach, compositor de músicas maravilhosas, lançadas a partir dos anos 1960 e que tocam até hoje. Neste filme ele se superou.

Foi interessante ver o efeito do tempo numa fábula de 40 anos atrás. Mas se o filme perdeu o encanto pela idade, ganhou encanto pela saudade gostosa de outro tempo em que a vida ainda pegava leve no dia a dia de um jovem de 22 anos descobrindo o mundo.

O tema da história continua absolutamente atual. A possibilidade de se encontrar um lugar mágico, tranquilo, sem barbaridade do homem contra o homem, dentro de um mundo sacudido por guerras, tiros, mísseis, explosões, morte e fugas mirabolantes da zona de conflito.

Um mundo sem o som dos canhões, como canta a música tema do filme, perdido numa quebrada remota do planeta, onde a felicidade é possível e a rotina, uma sequência colorida.

Quem não quer, na loucura do Brasil de hoje, do Oriente Médio de hoje, dos riscos da Coréia do Norte, dos malucos americanos que atiram para todos os lados e matam, dos terroristas que jogam carros e caminhões em cima do povo, um lugar para descer do mundo, encostar num barranco e deixar a vida passar com sua pressa, sua crueza, sua indiferença.

Quem não quer um Horizonte Perdido para acreditar de novo que ser herói é fácil e reformar o mundo é possível? Rever o filme valeu.

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