Hibiscos
Tudo neste mundo, de alguma forma, tem seu tempo e sua hora – sua moda. É assim com imóveis, roupas, carros, comidas, bebidas, eventos, músicas, filmes, teatro, etc.
É verdade, tem o clássico que não passa nunca, que permanece eterno na genialidade da sua construção. Mas, na média, as pessoas e as coisas vão e vem, no ritmo da moda do momento, como as marés que sobem e descem, mas são sempre novas.
No século 19 as mulheres se vestiam de um jeito… Depois, no século 20 mudou tudo, até chegar à minissaia dos anos 1960 e depois, nas micros de hoje.
Tudo bem, nada contra ou a favor, é assim porque é assim e continuará sendo. Os homens também têm sua época, com tudo mudando na sua hora e na sua vez.
E a regra vale para as plantas, árvores, flores, jardins, quintais e pomares.
Quem se lembra das chefleras? Nos anos 1970 e 1980, dominaram as salas e os jardins. Hoje, sobra uma aqui, outra ali e ninguém mais pensa nelas.
Mas o marco da passagem do tempo e da mudança da moda são os hibiscos. Não faz tanto tempo não tinha casa em São Paulo que não tivesse um hibisco num canto ou noutro. Encostados nos muros, servindo de divisão para o jardim, escondendo um pedaço do imóvel, lá estavam eles, sós ou em renques.
Hoje ainda estão por aí, esquecidos num muro, no fundo do jardim, numa casa que manteve a planta original. Mas perderam o encanto, não são a bola da vez, nem chamam a atenção. Simplesmente cumprem seu papel, quase anônimos, como as músicas que quase ninguém mais ouve.
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