Futebol é futebol
Futebol é futebol, não tem explicação. Ou se aceita, ou tanto faz, não vai mudar. O melhor não vencerá sempre, nem o pior perderá sempre, nem nada do que deveria ser acontecerá apenas porque o certo seria acontecer.
No futebol, como na vida, o certo e o errado têm participação relativa no resultado final.
Quantas vezes vi times imbatíveis perderem? Que o diga o Santos, que fugiu de campo diante do São Paulo. Ou a seleção brasileira. Se a Copa de 1970 foi vencida pela melhor seleção de todos os tempos, e as Copas de 1958 e 1962 fizeram justiça a quem merecia, não quer dizer que em outras Copas o time não tenha dado show, sem erguer o caneco.
E o São Paulo, o glorioso São Paulo, que tem o direito divino de vencer sempre, quantos vexames terminam em vitória e quantas partidas impecáveis ele não conseguiu vencer?
Sutilezas da sorte: a bola que bate na trave e não entra; a bola bate nas costas do goleiro e entra; o gol contra do zagueiro desviando a bola; a bola fora tirando tinta na cabeçada do atacante que não erra; o pênalti que não existiu e o juiz marca; o pênalti que o zagueiro chuta fora. O pênalti que entra. O pênalti roubado, que é o melhor de todos.
Futebol é bola na rede. “Ganha quem transforma sua superioridade em campo num maior número de tentos”, como dizia o comentarista.
Jogar bem é bom, mas ganhar é melhor ainda. Tanto faz se joga bem ou não. Se ganhar, a torcida fica feliz. E, com gol roubado, mais feliz ainda. O torcedor sai alegre, bebe cerveja, esquece que quer brigar.
É a vida, ou o melhor retrato da vida apresentado em 90 minutos, com todas as nuances dos imprevisíveis, dos imponderáveis, da lógica e da falta de lógica jogando adrenalina no seu dia.
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