Fotos de família
No Dia das Crianças, minha irmã Leninha postou no Facebook uma foto com ela, a Tiche, minha outra irmã, e eu, na praia de Pitangueiras, no começo da década de 1960. Guarujá era outro mundo. E nos ver, os três, na praia, fotografados por um fotógrafo lambe-lambe, daqueles que montavam as fotos dentro de lunetinhas, me jogou numa imensa viagem, começada no ano de 1952 e que vem até hoje, construída a cada dia da minha vida.
São Paulo, Louveira, Guarujá. Pacaembu, Pitangueiras, Fazenda Conceição do Barreiro. Histórias de muita aventura bonita e outras menos aventureiras, mas muito divertidas, que permeiam minha vida, entre secos e molhados, boa e bem vivida.
Por conta da foto postada pela Leninha, resolvi procurar outras fotografias e, se não achei muitas, encontrei meu cavalo Nativo, o morro da Cabaninha, o Colégio Dante Alighieri, Cananéia e velhos amigos da vida inteira, ao longo da vida inteira.
É bom ter lembranças boas. Não que a vida não tenha pegado pesado. Pegou, como toda vida faz. Mas se Deus me deu um talento é o de esquecer a maioria das passagens ruins e guardar as lembranças boas, não para voltar ao passado, mas como a saudade quente de um tempo que foi muito bom.
No mesmo dia, abri na televisão um CD que meu primo Ruizito mandou fazer e me deu uma cópia de presente. São centenas e centenas de fotos com a história da família, iniciada no começo do século 20, com meu bisavô e seus filhos na fazenda de Louveira.
As fotos da família me tocaram tanto quanto as minhas. Ver minha gente em movimento, ao longo de um século, me deu a sensação de dever cumprido, paz e orgulho da nossa história… que continua sendo escrita.
Voltar à listagem