Flagman House
Louvável a ideia de se colocar placas marrons em português e inglês apontando os pontos turísticos, os museus, os monumentos e o mais interessante espalhado pela cidade.
Por exemplo, a tradução de MASP, de MAC, de MIS são primores de deixar Camões e Shakespeare com inveja. A perfeição do traço, a dimensão das placas, a simetria fariam de Monet e Portinari meros alunos iniciando nas técnicas da pintura.
Na placa, Praça do Por do Sol é Sunset Square. A sonoridade do vento passando por ela lembra os grandes momentos de Carlos Gomes e Raul Seixas, cada um tocando para o público do outro.
E o marrom escolhido, ah, o marrom! Quantas lembranças fascinantes de certos momentos da vida, da realidade transfigurada no chão úmido e escuro de um velho curral.
Quanta civilização num lugar onde a civilidade é marca registrada! Onde a vida corre pelas ruas, fugindo de bandidos armados e desarmados, interessados em tudo que você traz no bolso e naquilo que você usa para se locomover: moto, carro, bicicleta, riquixá, etc.
Ah, os momentos felizes dos dias agitados, parados nas avenidas congestionadas, nos saltos para evitar o ciclista na calçada ou o carrinho de churros, tendo em cima uma placa marrom!
Mas se nosso tema são as placas bilíngues, não me perguntem por que forame escritas em português e inglês e não em espanhol. Não sei a resposta. Deve ser para implicar com os argentinos.
E entre elas nenhuma mostra mais o desatino que tomou conta da cidade do que placa que indica a Casa do Bandeirante. Pasme! Traz em português “Casa do Bandeirante” e, na tradução, “Casa do Bandeirante”. Por que não Flagman’s House? Ou pelo menos House of the Bandeirante?
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