Férias
Em janeiro São Paulo muda de cara. A cidade agressiva do resto do ano dá lugar a uma vida mais amável, mais tranquila, com menos correria, menos trânsito e menos CET.
Até isso, menos CET, o que não é pouco e em qualquer outro lugar do mundo civilizado daria lugar a festa com banda de música e gaiteiros de fole vestidos de escoceses, marchando lentamente pelas ruas.
Nas férias as horas correm mais mansas, parece que tem menos e-mails e menos mensagens no celular.
Ou melhor, pode ser até que tenha mais, mas servem para combinar o chope do final da tarde, o lugar pra bater papo, o pastel de queijo com o uisquezinho gelado.
Isso tudo debaixo do sol, com o horário de verão encompridando os dias e as noites quentes servindo de pretexto para mais chopes e uns salgadinhos.
As ruas ficam mais mansas. As calçadas ficam mais mansas. O ritmo da vida fica mais manso.
Isso tudo acontece porque é tempo de férias e milhões de pessoas simplesmente saíram de São Paulo, invadindo litoral, interior, navios e o mais em que couber gente, no país e no exterior.
Durante o ano, pode mais quem chora menos. Nas férias é mais maneiro. Como se a concorrência desembestada desse lugar a uma solidariedade difícil de ser vista em qualquer canto do país.
Nas férias as preocupações continuam preocupações, mas até elas ficam mais leves, mais de bem com a vida, como se o gerente do banco não tivesse pressa em nos mandar cobrir o saldo negativo da conta corrente. Ainda bem que estamos nas férias, que o mundo gira mais calmo e a vida pega leve.
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