Escorpiões em São Paulo
Durante muito tempo os escorpiões foram associados ao mal, ao traiçoeiro, ao assassino frio que mata quem o ajuda, mesmo sabendo que vai morrer em seguida.
Não me parece que a verdade seja essa, muito menos em tempos de politicamente correto, quando se espera que os animais sejam vistos dentro da ótica do seu papel na natureza e não nos contos de fada, como na história do escorpião que pica o sapo durante a travessia do rio.
Picada de escorpião dói muito. Eu sei não porque fui picado, mas porque um primo foi, muito tempo atrás, nas férias, numa fazenda.
Ele tomou o soro e tudo bem, alguns dias depois estava restabelecido, mas a história pode se complicar muito se não tiver o soro para ser aplicado o mais rapidamente possível após a picada.
Importante insistir que o escorpião não pica porque é mau, o escorpião pica quando caça ou se defende, quando se senta ameaçado.
Como não é de se imaginar escorpião caçando ser humano, até porque ele não teria o que fazer com um corpo muito maior do que o seu, os ataques de escorpião a seres humanos acontecem porque o bicho se sente ameaçado e usa seu ferrão para se defender.
O problema é que as mudanças socioambientais que acontecem no Brasil alteraram a realidade dos escorpiões, que se viram cada vez mais empurrados para a proximidade das áreas urbanas, expulsos de seus habitats naturais pelo desmatamento e pela agricultura.
Mais perto das cidades ou de aglomerações de pessoas, os escorpiões acabam atacando quem se aproxima de seus esconderijos, que vão de fendas nos muros a botas e sapatos, tendo como consequência o aumento dos acidentes e das mortes decorrentes de suas picadas. É um quadro complicado, pelo qual os escorpiões não têm culpa nenhuma.
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