Cair da bicicleta
Invariavelmente, os acidentes acontecem porque nós ajudamos a acontecer. Cair da bicicleta não é diferente. Quase sempre nós, de alguma forma, contribuímos para o tombo.
Eu sei porque ando de bicicleta e de vez em quando caio dela. Curiosamente, meus tombos acontecem com mais regularidade na época do natal.
Não deveria ter uma razão especial para isso, e que eu saiba não tem, mas os meus tombos se concentram mais no final do ano.
Não que seja regra todos os anos eu cair da bicicleta, não é. Fazia tempo que eu não caía, mas, poucos dias atrás, caí e me machuquei. Não com a seriedade do penúltimo tombo, mas deu para ficar esfolado no joelho e no cotovelo, com manhas roxas pelo corpo e doído, além de desmoralizado.
Pouca coisa é mais vergonhosa do que se ver caindo, impotente, com gente assistindo em volta.
Saber que está estatelado no asfalto por culpa sua é desmoralizante. E a desmoralização fica maior ao ouvir se você precisa de ajuda, se está tudo bem, se não se machucou muito.
Passei por tudo isso. Mas tudo bem. Se tem um lado vergonhoso, tem outro muito legal que é ver as pessoas se preocuparem com você, se disporem a te levar para o hospital, perguntar se você está machucado ou precisa de alguma coisa.
É bom sentir que o ser humano não é um animal que só quer levar vantagem. Faz bem saber que há generosidade e desprendimento.
O que não quer dizer que o tombo não tenha sido integralmente culpa minha. Excesso de confiança, imprudência, tanto faz. Machucou, doeu, mas me fez ver que tem gente boa neste mundo. Obrigado a elas.
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