É ruim no mundo todo
O tratamento dado pelas companhias aéreas vem piorando com rapidez inversamente proporcional ao aumento do preço das passagens.
O fenômeno não é novo. Meu primeiro arranca-rabo foi por volta de 1975, com um gerente da antiga VASP, não porque cancelaram o voo, mas pelo mau atendimento. Quando ele disse que ia mandar me prender, eu o chamei de comunista e foi uma festa. O cidadão urrava: “Eu não sou comunista! Eu não sou comunista!”, enquanto os outros passageiros, dando gargalhadas, gritavam em coro: “Comunista, comunista!” Em época de regime militar, ser comunista não era bom negócio.
Daí pra frente, as situações foram se repetindo, cada vez com mais frequência e, por isso, já escrevi mais de uma crônica comentando a falta de respeito das companhias aéreas com os passageiros.
Pra quem acha que é só no Brasil que isso acontece, a pior experiência que eu tive foi no aeroporto de Barajas, em Madri. Na época contei sobre ela, recomendando aos futuros passageiros que escolhessem bem a companhia aérea quando voassem para a Espanha.
E voltei ao assunto outras vezes, narrando experiências ruins, a maioria no Brasil. O problema não é o voo ser cancelado, o problema é a falta de respeito das empresas aéreas e seus funcionários com os passageiros que pagam, mas não voam porque o voo foi cancelado.
Que o diga minha filha, que, grávida, depois de 8 horas no aeroporto de Newark, teve o voo 31 da United Airlines cancelado às 4 da manhã. Além de não receber qualquer assistência concreta, sendo obrigada a ficar mais 20 horas no aeroporto, sem ao menos um lanchinho e um refrigerante, pra não falar num hotel, ainda teve que ouvir as malcriações de um funcionário da United, que não se importa com quem paga seu salário, chamado Ross. Ross sem sobrenome, porque se recusou a dá-lo.
Voltar à listagem