É difícil defender político
Eu sei que nem todos os políticos são bandidos, ogros desalmados, ladrões, traficantes, ou seja lá o que digam que eles são. Tem gente séria e que tenta levar o barco da melhor forma, brigando por boas causas no meio de uma tempestade que não deixa espaço para proteger o navio.
Há quem acredite nas suas teses e as defende com a honestidade necessária para ter orgulho do que faz. Mas o que aconteceu nos últimos anos é tão brutal que não tem como não respingar no político sério a enorme falta de seriedade que vai aparecendo todos os dias, numa cachoeira inesgotável de bandalheiras, conchavos, acertos, nepotismo e o mais de ruim e feio que se queira.
Como tudo, a realidade nacional tem dois lados. Um muito bom, que é a apuração do que foi feito. E outro muito ruim, que mostra o que foi feito.
Apenas para comparar ordens de grandeza, 1% do prejuízo causado pela desastrada política de preços para a gasolina implementada pelo governo Dilma Rousseff seria suficiente para custear por um ano a dívida brutal de 2100 hospitais filantrópicos espalhados pelo Brasil.
Quando se tem um país que destina para a saúde menos de 300 bilhões de reais por ano e mais de 60% deste total é pago pelos planos de saúde privados, algo está profundamente errado.
Não estaria se o país tivesse dez milhões de habitantes, mas com mais de 200 milhões de habitantes, destinar menos de 100 bilhões de dólares por ano para atender a saúde da população é uma brincadeira de mau gosto. E é isso que acontece.
Como você consegue defender um político num cenário destes? De um lado, roubo, de outro, incompetência e, no meio, gente graúda de todos os lados. Simplesmente não dá. Ninguém acredita que tem gente boa.
Voltar à listagem