É coisa para gerações
Cada vez mais eu me convenço que minha geração não tem a menor chance de ver o Brasil dar certo. Se transformar num país civilizado, numa terra amiga, com chance para todos e segurança, saúde e educação de boa qualidade.
O estrago dos últimos anos foi devastador e o que havia antes também não era lá o melhor dos mundos. A soma destruiu a educação, o respeito, a hierarquia e a civilidade das pessoas.
Se em algum momento o país viveu pensando apenas no próprio umbigo de cada um, este momento é agora.
O legal é furar fila, entrar na contramão, parar debaixo de placa de proibido, ligar o pisca alerta e que se danem os outros.
Eu quero, eu faço. Tanto faz se pode ou se não pode. O exemplo que vem de cima mostra que é assim que as coisas funcionam, então é assim que eu vou fazer.
Daí a abrir a janela do carro e jogar um coco verde na rua é um passo. E isso acontece com enorme regularidade. E é comum encontrarem até automóveis no fundo de represas e rios.
Como o que chamam de ensino é uma paródia de mau gosto, sobra pouca chance de mudar alguma coisa. Se o professor não aprende, como pode ensinar?
Como com a saúde é pior, sobram menos chances ainda.
Chora mais quem pode menos. Uma fila do SUS é conto de terror com final trágico para a vítima, o herói e, cada vez mais, até o bandido. Não escapa ninguém. O primeiro morre antes de ser atendido, o segundo é mal pago e o terceiro corre o risco de ir preso numa operação da Polícia Federal atrás de grandes golpes contra a nação.
Nesse cenário, é pouco provável que eu veja mudar para melhor.
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