Droga é droga e mata
Acabo de ler um pequeno, mas eloquente e lúcido artigo do Secretário da Educação no Jornal Tribuna do Direito. Nele, meu amigo José Renato Nalini aborda o tema das drogas de forma direta, sem desviar o foco, sem disfarçar o indisfarçável, sem concessão. Seu exemplo é a Cracolândia, ou melhor, seu convite é uma visita à Cracolândia para ver de perto o que as drogas são capazes de fazer com uma pessoa. A que grau de degradação, de destruição física e moral elas podem levar o ser humano.
Partilho de sua posição de que a liberação das drogas não é o melhor caminho para revolver o problema. Não considero o consumidor de drogas um bandido, um criminoso. Sei que muitos começam quase que por esporte, uma brincadeira que pode ser deixada de lado a hora que quiserem.
Infelizmente, no mundo real não é bem assim. A maioria dos que insistem na experiência, depois de um tempo, simplesmente não consegue mais largar, e a brincadeira que no começo dava fome, depois exige mais e mais; sobe de tom; da maconha envereda para cocaína, crack e outras drogas, algumas antigas como a morfina ou a heroína, outras pós- modernas, como as drogas sintéticas que são trazidas da Europa.
Nalini vai fundo no X do problema. Entra nas relações familiares, na destruição do lar, na desagregação das pessoas e na cumplicidade de pais e filhos, tentando explicar que a destruição da família não teve origem nas drogas, mas em outras causas sem relação com elas.
Antes fosse assim. Infelizmente, não é. A droga pega pesado. O estrago que um drogado consegue causar numa residência só é menos pior que o estrago que esta mesma pessoa consegue causar – física e moralmente – no pai, na mãe, nos irmãos, até ser detido por alguém com força moral suficiente para, passada a viagem, mostrar-lhe o que ele fez.
Nada é mais triste do que as drogas. Exceto as suas consequências.
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