Corrupção não é coisa nossa
Pode parecer incrível para muita gente, mas o Brasil não inventou a corrupção, não é o país mais criativo na matéria, nem é o campeão, em valores absolutos ou relativos.
Não é verdade que a corrupção só existe nos países pobres ou em desenvolvimento. Não é verdade que os países ricos não sofrem do mesmo mal, aliás, há muito mais tempo.
Não fosse assim, a Suíça não teria o sistema bancário que tem, as Ilhas do Canal não seriam famosas e os paraísos fiscais, a maioria colônias britânicas, não esconderiam trilhões de dólares desviados no mundo inteiro.
A corrupção é tão antiga quanto o ser humano. Quem duvida leia a Bíblia. Lá está escrito em detalhes como, desde Abraão até as 30 moedas de Judas, a coisa funciona, com enorme sucesso.
Na Grécia antiga, a mitologia coloca o problema até no Monte Olimpo, a morada dos deuses. Nada que o próprio Zeus, o deus dos deuses, não usasse quando achava necessário.
Em Roma, o cargo de imperador, depois de Cômodo, passou a ter preço e ser comprado sem a menor vergonha. E muito do que os vikings conquistaram na Inglaterra, foi com a ajuda de um suborninho aqui, outro ali. Prática mantida por Guilherme, o Conquistador, mantendo a boa tradição saxã, que se perpetuou no tempo, abrindo, até hoje, as portas do comércio para o que sobrou do Império Britânico.
Para quem quer mais, faz poucos anos, um dos maiores conglomerados industriais da Alemanha pagou bilhões de dólares num acordo com os Estados Unidos para encerrar acusações sérias de corrupção sistêmica nos mais variados países onde atua.
Nós temos corrupção? Temos, e muita! E vamos achar muito mais, à esquerda, no centro e à direita. Corrupto é corrupto, tanto faz a ideologia.
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