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Crônicas & Artigos

em 26/06/17

Chuva fora de hora

O inverno costuma ser a estação seca na região sudeste do Brasil. É nesta época do ano que as queimadas destroem centenas de hectares de pastagens, culturas e matas, invariavelmente causadas por um cigarro jogado pela janela do automóvel ou um fogo que deveria se comportar bem, mas que escapa do controle e, empurrado pelo vento, se espalha pela região, devorando o que encontra pela frente.

Os meses de inverno são frios e secos e nas noites de lua, quando a temperatura cai bastante, os fazendeiros perdem o sono, sem saber se a geada vai atingir suas plantações.

Mais ou menos meio século atrás, quando São Paulo era a terra da garoa, os meses de inverno podiam ser úmidos, mas não era por causa de chuvas torrenciais, como as que caem no verão.

Era comum os dias cinzas e os meninos iam para a escola com casacos pesados e impermeáveis, para proteger do frio e da garoa. Me lembro de uma japona da Marinha, que era de minha mãe e que eu adorava porque me deixava com ar mais velho. Lembro também do meu primeiro blusão impermeável, de náilon bordô, com capuz e de vestir pela cabeça, com um zíper para fechar no peito e um cordão para apertar o capuz.

O que eu não lembro, porque não era comum, eram tempestades como as que têm caído neste inverno. A chuva veio para valer, só que veio fora de época, o que tem, como sempre, dois lados, um bom e outro não tão bom.

O lado bom é que as represas estão cheias e os reservatórios não estão ameaçados de racionamento. O lado não tão bom é que as chuvas torrenciais destroem, matam e desabrigam com a sem cerimônia da natureza mostrando quem manda. Como não há nada mais concreto que possa ser feito no curto prazo, é rezar para os danos serem leves.

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