Carnaval é bom demais
Carnaval. Quatro dias para esquecer a vida e cair no mundo. Seja o que Deus quiser, do jeito que vier, o importante é tocar em frente, no ritmo da música que varia de marchinha a funk, cada um pulando do seu jeito.
Não tem hora, nem regra. Só alegria e muita vontade de ficar mais alegre, sempre com muito respeito, porque respeito é bom e todo mundo gosta.
Bom é na rua, mas de noite é melhor um baile, uma festona, gente reunida em carnavais tradicionais e carnavais não tão tradicionais. Tem para todos os gostos. Qual o seu?
O dele é experimentar, experimentar e experimentar. Tanto faz o jeito, a balada, o ritmo, a idade, o público, tendo gente, tá bom. Então aqui está cheio, é aqui que eu fico. Me dá uma cerveja gelada. Isso, bem gelada.
Por incrível que pareça, está gelada, e a seguinte também. E a outra, e a outra, depois ele não se lembra muito bem.
Sabe que pulou a noite toda porque às seis e meia estava chegando em casa e isso ele se lembra. Colocou a chave na fechadura, virou e abriu a porta. Entrou e convidou a amiga. Ou seria amigo? Tanto faz, o convidado ou a convidada entrou.
Não se lembra muito bem o que foi que aconteceu. Que aconteceu, aconteceu, porque ele tem uma vaga lembrança de ter acontecido. Depois dormiu e só acordou com o dia claro.
O duro do excesso é isso. Ele sabe que aconteceu alguma coisa muito boa, muito próxima e humana, mas ele não lembra de nada, nem o que aconteceu, nem com quem.
A única certeza é que foi bom. O apartamento em ordem, tudo no lugar, a garrafa vazia ao lado do lixinho, os copos lavados e secando… será que foi sonho? Não, mas seria melhor ser. Não lembrar o bom é muito triste.
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