Cada um tem o Jefferson que merece
Na tarde da posse de Celso Lafer na Academia Paulista de Letras eu estava conversando com o acadêmico Mafra Carbonieri e, como não poderia deixar de ser, o assunto era o Brasil, ou melhor, nossos políticos.
O início da conversa tinha sido eu contar que acabara de ler “Minha Formação”, de Joaquim Nabuco, e que estava impressionado com a atualidade da análise feita por ele há mais de 100 anos sobre os Estados Unidos.
Em dado momento, comentando os “Pais da Pátria” e comparando os grandes americanos com os atuais dirigentes nacionais, Mafra Carbonieri me solta a seguinte pérola: Cada país tem o Jefferson que merece.
Foi uma gargalhada. Enquanto os norte-americanos entram em cena com o colossal homem público Thomas Jefferson, nós fazemos o contraponto com o delator do mensalão, Roberto Jefferson.
Só isso é suficiente para explicar as diferenças que fazem a NASA ter nave voando fora do sistema solar e o Brasil não conseguir ao menos reconstruir a base de lançamento de foguetes Alcântara.
Ou porque os Estados Unidos, em menos de 4 anos de produção de petróleo de xisto, derrubaram o preço para 60 dólares, enquanto nosso pré-sal patina nos desmandos da Petrobrás.
A diferença é patética. Enquanto o nosso Jefferson sai da cadeia, Lula não passa do eleitor de postes e Dilma é a presidenta que foi estudanta, mas não aprendeu economia, Thomas Jefferson, o terceiro presidente dos Estados Unidos e principal autor da Declaração de Independência norte-americana, foi horticultor, líder político, arquiteto, pensador, filósofo, arqueólogo e fundador da Universidade da Virginia.
Pois é, cada país tem o Jefferson que merece.
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