Buracos, crateras e mato
Colocar ordem numa cidade arrasada por uma administração incompetente e mal intencionada é serviço para gente grande. Tarefa para gigantes e heróis. Difícil até para Hércules, Teseu, Belerofonte, Aquiles, Ulisses e todos os outros heróis gregos, ajudados pelos deuses.
O serviço foi de apresentação. Sobrou pouco que não tenha sido estragado, abandonado, malcuidado, depredado, aviltado, emporcalhado, invadido ou inviabilizado.
A nova administração veio com vontade. Desde o primeiro dia, entre ações de marketing e ações para valer, não parou um minuto e isso é muito bom, porque resgata a crença de que é possível viver numa cidade melhor.
Ainda é cedo para se avaliar, mas os primeiros resultados do aumento das velocidades nas Marginais são animadores. Todos os motoristas estão no mínimo mais felizes e não há nada que indique o aumento das mortes.
Por outro lado, é preciso uma certa ponderação nas notícias. Quando se fala que um motoqueiro morreu porque bateu num carro quebrado na pista expressa, não há nenhuma relação com a velocidade das pistas. Ao contrário, o motoqueiro trafegava em local proibido para ele e bateu num carro que estava parado na pista.
Mas, voltando para a terra arrasada chamada São Paulo, há muito, mas muito a ser feito. Entre as tarefas mais complicadas, demoradas e caras está, sem dúvida nenhuma, refazer a pavimentação das ruas.
A cidade foi transformada em pista de provas para tanques, carros de combate e demais veículos fora de estrada. Os buracos, ondulações, desníveis, crateras, costelas de vaca e remendos fazem das ruas da cidade o cenário ideal para testes de resistência para os veículos e pessoas transportadas. Isso tudo, cercado por muito mato alto nas praças e canteiros, é a perfeição para os cenários dos filmes de ação.
Voltar à listagem