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Crônicas & Artigos

em 02/01/15

Barra Funda

por Antonio Penteado Mendonça

Muitos anos atrás, eu gostava de ver o por do sol na Barra Funda. Era uma beleza. O céu ficava vermelho e a serra ao fundo completava uma paisagem impressionista de deixar qualquer Monet com vontade de pintá-la.

A Barra Funda não tem mais o por do sol que me comovia e me encantava. Hoje já é mais um paliteiro, como várias outras regiões de São Paulo.

A velocidade com que as torres tomam o espaço e fecham o horizonte é impressionante. Até há pouco tempo, era meia dúzia de predinhos, casas e galpões. Agora, a melhor forma de entender o processo é cruzar a ponte Julio de Mesquita Neto, vindo em direção à Avenida Marquês de São Vicente.

O céu, completamente franqueado para urubus fazerem suas manobras aéreas, está fechado pelos prédios de todos os tipos que sobem numa rapidez incrível, como se a felicidade da cidade dependesse de sua conclusão.

Pra quem acha que o futuro é a Zona Sul, uma passada pelo alto da ponte Julio de Mesquita Neto mostrará que não. Que São Paulo continua um polvo com tentáculos se espalhando para todos os lados, na sanha incansável de abraçar completamente o Planalto onde a cidade foi plantada, 500 anos atrás.

Diz o ditado que chora menos quem pode mais. Se for assim, a mudança da Barra Funda é a vitória da metrópole sobre si mesma. O negócio é crescer, crescer até o fim das fronteiras para abrir novos horizontes e começar tudo de novo.

Daqui a pouco São Paulo, Campinas, Sorocaba e São José dos Campos serão uma única malha urbana. Deus tenha piedade de nós!

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