Assim é demais

Alguns dias antes de 25 de janeiro, um juiz determinou, liminarmente, que as velocidades das Marginais fossem mantidas de acordo com a decisão sem sentido e demagógica da Administração passada.

Segundo a liminar, as novas velocidades, que são as velocidades da vida inteira, colocam em risco a vida dos pedestres e ciclistas.

Eu gostaria que alguém politicamente correto entrasse com uma ação, na mesma vara, solicitando que a velocidade das pistas de decolagem dos aeroportos fosse reduzida para 10 quilômetros por hora porque os jatos colocam em risco a vida de ciclistas e pedestres.

A decisão é, no mínimo, estapafúrdia. Não cabe ao Judiciário se meter em tudo o que acontece no país. No caso, Sua Excelência não se ateve sobre provas ou, mais importante, sobre o que estamos falando.

Nós não estamos falando de ruas de bairro, nem de avenidas como a Paulista. Estamos falando de vias expressas, pensadas, desenhadas e construídas para permitir o fluxo de veículos que se valem delas e assim facilitar as locomoções de longa distância entre os extremos da cidade, bem como as entradas e saídas da malha urbana.

As Marginais não foram feitas para pedestres e muito menos ciclistas.

Elas não têm calçadas e as vias de rolamento são proibidas para pedestres. Tanto é assim que os pedestres que usam as Marginais são apenas os criminosos, ladrões que promovem arrastões e camelôs vendendo produtos contrabandeados, pirateados ou roubados.

Finalmente, para tristeza dos ciclistas xiitas, ou irresponsáveis, no mundo civilizado as bicicletas são proibidas nas pistas expressas.

Ser politicamente correto está passando dos limites. Às vezes, o bom senso e a razoabilidade dão lugar a achismos sem sentido. Seria interessante pensarem antes de agir para, pelo menos, não atrapalhar.