Asfalto novo, trânsito parado
São Paulo está na antecâmara do caos. Falta pouco para desligar tudo, fechar para balanço, ir pescar no Teles Pires e bater papo com o Padre José de Anchieta, sentado na barranca do rio.
A soma da incompetência da CET com a falta de civilidade do motorista deu no que deu: nunca as ruas pararam como agora.
Quando o quadro parecia vermelho sangue, ficou mais vermelho ainda. Nem o por do sol atrás da USP é tão vivo e tão forte. O nó górdio, perto das ruas paulistanas, é conversa fácil, que até Alexandre o Grande consegue resolver.
Quero ver o conquistador macedônio dar conta do trânsito de São Paulo. Quero ver São Cristóvão, Santa Clara e todos os santos que arrumam as coisas juntarem força para arrumar as ruas da cidade. Não arrumam. A falta de planejamento, o egoísmo dos motoristas e a simples existência da CET impede qualquer chance de qualquer coisa.
É por isso que eu não entendi, depois de um longo congestionamento, por que a operação tapa buraco decidiu agir em plena luz do dia e tapar buracos na Avenida Europa às duas e meia da tarde de uma segunda feira.
Tem certas coisas que não se fazem, exceto em caso de extrema necessidade. A iminência do ataque de Pearl Harbor, a invasão da Rússia pelas tropas alemãs ou um arrastão no Túnel Rebouças.
A segunda feira não exigia nada disso. Não havia ameaça. Então por que a Prefeitura não fez a obra de noite como faria qualquer prefeitura com noção de respeito pela população é uma incógnita.
Conversando com um amigo bem informado, ele me disse que achava que era uma ação do Movimento dos Trabalhadores sem Trabalho para solapar a candidatura do atual Prefeito ao Governo do Estado. Faz sentido. Afinal, no mundo todo, obras que interferem no trânsito são feitas à noite.
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