As sibipirunas fizeram sua parte
Este ano as sibipirunas fizeram sua parte. Deram o máximo para enfeitar a cidade com suas flores amarelas. Começaram junto com as tipuanas e os guapuruvus, mas depois, vendo que os companheiros de jornada ficavam pelo caminho, decidiram se juntar, reunir forças e criar coragem para saltar sozinhas.
E saltaram. Se atiraram de ponta cabeça, sem saber como era o fundo. Deu certo, a cidade ficou muito mais bonita toda enfeitada de amarelo. Primeiro nos galhos das árvores, depois feito um tapete cobrindo as calçadas.
Mas as sibipirunas não conseguiram realizar seu grande sonho. Não conseguiram comover as nuvens e trazer chuva para mitigar o calor, alegrar a vida e recompor a água dos reservatórios, terrivelmente baixos, em níveis nunca vistos antes.
Não adianta dizer que a Califórnia está na mesma situação, nem que a América Central está secando ou que a nascente do São Francisco parece um deserto.
Não adianta dizer que a maior hidroelétrica do nordeste pode ter que parar de gerar energia elétrica porque não tem mais água para girar suas turbinas.
Não adianta pensar que as chuvas que inundaram o sul poderiam ter caído aqui. A vida não tem se. A vida é. E a realidade neste momento é que vai demorar muito tempo para os reservatórios voltarem aos níveis históricos, com margem de segurança para outra seca como esta.
Enquanto isso não acontece, resta a obrigação de agradecer as sibipirunas e todos que, de uma forma ou de outra, fazem sua parte para minimizar os estragos causados pela seca. Mas bom mesmo é continuar economizando água.
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