As cores do morubixaba-bebê
Não há dúvida o projeto da administração municipal é muito mais amplo do que pareceu originalmente. As comemorações começaram no dia 25 de janeiro, mas a ideia é estendê-las por todo o ano ou, quem sabe, até as eleições do ano que vem, como prova da enorme vontade de acertar e comprometimento da administração Morubixaba-bebê com as coisas da cidade e seus moradores.
A ideia de pintar o patrimônio histórico da cidade ou seus monumentos não é falta de respeito; ao contrário, é muito mais profundo e vai de encontro ao gosto dos Tupis pelas cores fortes, tão comuns nos cocares, objetos e adornos de todos os tipos.
Não tem mais araras para serem mortas e emprestarem suas penas coloridas? Ok, as novas tecnologias permitem recriar o universo mágico das aves quinhentistas, pintando nas paredes, muros e monumentos as cores de suas plumagens.
É o complemento perfeito para os buracos, as crateras e o mato que continuam tomando conta da cidade, numa velocidade cada vez mais impressionante, para, quando o carnaval passar, São Paulo retratar a realidade de seus primeiros moradores, quando os caminhos e trilhas, com exceção do Peabirú, eram esburacados e perigosos.
Pintar a parte histórica da cidade é trazer o lúdico das brincadeiras dos curumins, os banquetes antropofágicos, a luta constante dos padres de Leonardo Nunes, o Abaré-bebê, que tanto influenciou a atual administração, para a realidade atual, para o dia a dia da população.
Não há dúvida. E quem pensar o contrário está sendo injusto. A proposta da administração Morubixaba-bebe vai de encontro ao mais moderno, ao revolucionário, aos ideais de Serra Maestra, à Grande Marcha chinesa, às sessões de pornochanchada nos cemitérios da cidade.
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