As chuvas de verão
Tudo no mundo tem mais de um lado. Visões e versões diferentes, em função de crenças, experiências, fofocas e o mais que possa interferir para você ver de um jeito que eu não vejo.
Nada de novo debaixo do sol. É assim porque é assim. O cinema já explorou o tema e a literatura policial não se cansa de se valer dele para criar o mistério e o clima necessário para o sucesso da história.
A regra vale para as chuvas de verão. Se, de um lado, são vistas como risco potencial para a vida e patrimônio de milhares de pessoas espalhadas pelo território brasileiro, também são vistas como a salvação da lavoura para outros milhões de brasileiros, que dependem delas até para suas necessidades mais básicas.
Chuva na hora certa quer dizer colheita farta e grana no bolso de milhões de pessoas que dependem do agronegócio.
E se cair no lugar certo quer dizer a possiblidade da recuperação das represas que ficaram quase vazias em função da seca sem precedentes que atingiu o Brasil nos últimos anos.
Com certeza, o Governador de São Paulo está dividindo a mesma satisfação que a Presidente da República, porque a boa notícia da volta dos níveis dos reservatórios ajuda os dois na sua imagem pública.
Tem gente desesperada porque as chuvas arrancaram o que tinham e o que não tinham, inclusive seus sonhos, em cheias e enxurradas brutais, que levaram de roldão vidas, casas, automóveis e a esperança de um futuro melhor. Há quem sofra com os barrancos desabando encosta abaixo, na incerteza de saber se suas casas serão atingidas.
Há quem mostre absoluta incompetência em manter a cidade funcionando. Há quem ache tudo muito bom. Tanto faz, o fato inexorável é que as chuvas continuarão caindo, para o bem e para o mal.
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