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Crônicas & Artigos

em 30/07/15

As árvores insistem

Tanto faz se a cidade está mal cuidada, se os buracos proliferam, se a sujeira marca as calçadas.

Tanto faz se o trânsito não anda, se não tem bicicletas na Avenida Paulista, se os imóveis estão vazios por causa da crise.

Tanto faz se os ônibus são velhos, se os imóveis do centro são invadidos, se a Berrini fica parada.

Tanto faz se a crise aperta, se as pessoas estão sem crédito, se a carne de boi desgrudou do preço da carne de frango. Tanto faz se o Tribunal de Justiça recolocou ordem na casa, suspendendo a proibição do “foie gras” e restabelecendo a isonomia entre gansos, porcos, frangos e peixes pescados pelos pescadores artesanais.

Tanto faz qualquer tanto faz. Tanto faz a má vontade, a incompetência, a falta de jeito, de talento, de compostura. Tanto faz todos os tantos fazes.

A verdade insofismável, impossível de ser escondida, capaz de mudar a cor do dia e o humor das pessoas é que as árvores e plantas da cidade pouco se lixam para os problemas que infernizam a vida de quem mora em São Paulo.

Pode demorar um pouco mais, ou um pouco menos, é fato que as floradas se sucedem.

Indiferentes, soberanas, donas do espaço e do tempo, elas explodem em cores inesperadas, nos lugares mais improváveis, nas praças com bancos quebrados, nas calçadas esburacadas, nos jardins ameaçados pela lei de zoneamento.

Sorte nossa que as plantas não sabem o risco que correm se a lei de zoneamento for aprovada. Com certeza, se soubessem que estão em perigo, não haveria as floradas para minimizar a incompetência humana.

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