Alho negro é andar pra frente
Nesta vida tem muita coisa boa. Reclamar faz parte do jogo e esconder os momentos felizes também. É assim porque é assim. Felicidade não é para mostrar para os outros, como tristeza também não é. A vida de cada um é de cada um, a privacidade faz parte do jogo e tem que ser respeitada, até nos dias de hoje, se não for por nada, por modéstia.
Entre as coisas boas que alegram nossos dias, para mim, está ver o outro dar certo. Pessoas de quem gostamos acertarem na mosca, conseguirem o que queriam, normalmente com esforço ou trabalho.
Quem sou eu para dizer o que é certo ou o que é bom? Deus me livre de imaginar que sei tudo e que a minha verdade é melhor que a dos outros. Mas acompanhar a caminhada de uma pessoa e vê-la chegar lá faz bem para a alma. Mais que isso, lava a alma porque neste mundo, com tanta barbaridade acontecendo o dia inteiro, é a prova de que o certo e o bom ainda têm seu espaço e deixam mais bela a vida.
Minha cabelereira corta meu cabelo há mais de dez anos e eu não tenho a menor vontade de trocar pelo menos nos próximos vinte. Por que? Porque entre os profissionais que trabalharam meus cabelos, ela conseguiu fazer o quase impossível: deixá-los com jeito de cabelo de gente.
Uma vez por mês eu visito a Marice no salão perto da Avenida Angélica para ela dar um jeito no meu visual. Nossa longa convivência fez dela uma boa amiga, alguém em quem eu confio. E ela confia em mim, o que também é muito bom.
Mas, além de cortar cabelos, a Marice se lançou em outra empreitada. Ela é a senhora do alho negro em São Paulo. E vai de vento em popa, vendendo cada vez mais e diversificando a produção, acrescentando na lista de produtos geleia de jabuticaba ou maracujá, sempre com alho negro.
Bom, mas bom mesmo é ter histórias como esta todos os dias.
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