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Crônicas & Artigos

em 16/02/15

Ainda bem que é carnaval

por Antonio Penteado Mendonça

Ainda bem que é carnaval. A festa, a alegria na marra, a felicidade vendida por metro, o barulho, a música, todas as possibilidades são o melhor antídoto para o porre monstro que vai comendo o fígado dos brasileiros desde muito tempo.

Teremos ressaca? Com certeza. Mas, por enquanto, a festa de Momo, o símbolo do Brasil no exterior, não nos deixa entender direito o tamanho da encrenca em que entramos e de onde não sabemos muito bem como sair.

Agora é hora de folia, mulheres quase nuas ou mais que nuas. Homens quase nus ou mais que nus, todo mundo correndo atrás do trio elétrico que este ano entra meio capenga, ninguém sabe por quê.

As escolas de samba entram na avenida com as baterias tocando como poucas filarmônicas do mundo sabem fazer. O ritmo do samba, as alegorias, as fantasias, a porta-bandeira… Ah, a porta-bandeira… É poesia pura!

Que crise ou meia crise! A hora é de festa, de alegria contagiante, de sair na rua, engrossar os blocos, correr atrás da mulher gato que de verdade não é.

Tanto faz, os enganos fazem parte da festa, do encantamento, da certeza de que o mundo acaba hoje e amanhã de manhã seremos abduzidos para o planeta ROXXY, onde seremos trancados num enorme curral para aos poucos sermos industrializados para servir de ração para os peixes dos aquários dos E.T’s.

Mas isso será só amanhã e pode não ser tão ruim assim. Perto do tsunami que vem por aí, pode até ser a solução mais barata. Tanto faz, agora é carnaval. Bendito carnaval, que empurra com a barriga a dor de barriga de depois de amanhã!

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