Acidentes podem ser evitados
Acidentes acontecem. Alguns são inevitáveis. Forças muito mais poderosas do que a vontade humana se encarregam de torná-los reais e causarem danos de todos os tipos e tamanhos.
Mas se alguns acidentes são inevitáveis e acontecem porque tinham que acontecer, outros recebem forte ajuda da mão do homem. São fruto da soberba, da arrogância, do “eu posso” que pauta a incompetência, a imprudência, a negligência e o amadorismo.
O acidente em que um aposentado morreu atropelado por uma bicicleta debaixo do Minhocão foi uma fatalidade. Tenho certeza que o ciclista não queria o acidente e muito menos tirar a vida de alguém. Da mesma forma que o aposentado não pretendia ser atropelado e muito menos morrer.
Quando eu fui morar na Alemanha, em 1978, uma bolsista do mesmo programa morreu atropelada por uma bicicleta. Ela não sabia que a Alemanha tinha faixas para bicicletas nas calçadas. Não prestou atenção, foi atingida por um ciclista, caiu, bateu a cabeça na guia e morreu.
A diferença é que a ciclovia embaixo do Minhocão é um absurdo, mais um entre muitos cometidos pela Prefeitura e pela CET. Já escrevi sobre ela e os riscos de seu traçado para os pedestres.
Em algum momento teria que acabar mal. Acabou. Teimosia da administração que acha que sabe tudo – e até pode saber -, mas é, na avaliação popular, uma das piores que já passaram pela cidade.
Ninguém discute a importância das ciclovias. Nem que elas existem e dão certo em outras cidades. O que não tem cabimento é serem feitas como estão sendo feitas em São Paulo. Sem qualquer estudo mais sério, sem qualquer planejamento, sem qualquer verificação ao menos se haverá uso para elas. Do jeito que vai, morrerão muitos outros, inclusive ciclistas.
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