Acidentes acontecem
Acidentes acontecem. Se não acontecessem, Chernobil não teria existido, o Exxon Valdez não teria afundado e Mariana não teria se transformado numa imensa tragédia.
Se acidentes não acontecessem, o Brasil não teria anualmente perto de 60 mil mortos no trânsito. Nem 600 mil inválidos. Não seria necessário ter seguro obrigatório, nem nenhum outro tipo de seguro.
Se acidentes não acontecessem, o mundo não precisaria de seguradoras e elas não estariam entre as empresas mais ricas do mundo, com trilhões de dólares para pagar os acidentes cobertos pelas apólices.
A lei de Murphy é implacável: se alguma coisa pode dar errado, dará.
Não acreditar nisso é abrir espaço para o azar, brincar com a sorte, colocar a vida do próximo em risco.
Eu já escrevi sobre isso, mas não posso não voltar ao tema. É um absurdo a tranquilidade com que os bombeiros que patrulham as águas das praias do Guarujá enfiam suas motos aquáticas arrebentação a dentro e navegam no raso, colocando em risco a vida dos banhistas.
Ninguém discute que os afogamentos são uma tragédia e que eles aumentam nas férias de verão. Ninguém discute que os bombeiros devem prevenir os afogamentos. Ninguém discute que a melhor forma de fazer isso é impedir que os incautos, ou que não sabem nadar, enfim, os que não têm familiaridade com o mar, se coloquem em situações de perigo.
Mas com certeza navegar com uma moto aquática no raso, dentro da arrebentação, não é a melhor forma de prevenir afogamentos. Ao contrário, é um risco muito maior do que alguém, incluídas as crianças, se afogar com água na cintura, num dia de mar calmo e sem correnteza.
Não tem cabimento navegarem assim. O risco de um acidente fatal é concreto, além de estarem desrespeitando as normas da Marinha.
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