Academias de Letras das escolas
Na outra semana tive o privilégio de participar de uma tarde memorável na Academia Paulista de Letras. Por inciativa do Presidente Gabriel Chalita, a Academia Paulista de Letras está promovendo reuniões com as Academias de Letras de várias escolas da cidade, a maioria da periferia.
São centenas de alunos de academias escolares diferentes, cada uma homenageando um autor. É assim que temos Academia Lygia Fagundes Telles, Maurício de Souza, Clarisse Lispector, Guimarães Rosa, etc. Para fazer parte, o aluno tem que conhecer o patrono e ler sua obra.
É aí que começa a maravilha da iniciativa. Uma menina, quem sabe de dez anos, leu Clarisse Lispector. E, segundo ela, um livro ela entendeu, o outro, não. Outro aluno queria saber se Monteiro Lobato fez parte da Academia Paulista de Letras e todos ficaram impressionados quando descobriram que sim.
Da mesma forma que vibraram quando eu disse que Maurício de Souza fazia parte da Academia e que deveria estar chegando. Quando ele chegou, foi até nosso teatro, para surpresa e felicidade da meninada.
Ele e Gabriel Chalita voltaram para a reunião dos acadêmicos trazendo uma menina que chorava copiosamente. A razão do choro foi ela descobrir que Lygia Fagundes Telles, sua autora homenageada, estava lá e que ela poderia dar um abraço na grande escritora.
O encontro foi comovente. A menina olhava para Lygia em êxtase. E Lygia, ao saber o que estava acontecendo, abriu os braços, sorriu, olhou com seus olhos doces, chamou a menina e deu-lhe um abraço apertado.
Todos ficaram comovidos com o encontro. Mas ficamos ainda mais comovidos com a vontade de aprender, de ler e de conhecer a história destes meninos. Com eles o Brasil tem tudo para ser um país melhor.
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