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Crônicas & Artigos

em 01/03/16

A volta de um clássico

Com a mesma convicção com que as crateras tomam de assalto as ruas da cidade, o Museu de Arte Sacra decidiu que é tempo de voltar a ocupar o lugar de destaque que seu acervo maravilhoso lhe garante.

Atualmente pouco conhecido, com visibilidade diminuída pelo descaso que as coisas da cultura despertam nos políticos, o Museu de Arte Sacra é dos museus com acervos mais interessantes de São Paulo.

Instalado num prédio colonial, na Avenida Tiradentes, quase em frente da Pinacoteca do Estado e do lado da Igreja de Frei Galvão, o Museu de Arte Sacra passa batido por várias razões, mas, antes de tudo, pela falta de divulgação de que ele existe e que tem um acervo raro, que faria bonito comparado com qualquer coleção de arte sacra do mundo.

A começar pelo prédio colonial onde está instalado, com paredes grossas, pé direito alto e um dos chãos de tábuas largas mais bonitos que eu conheço, o Museu vale a visita.

É o retrato de como São Paulo foi. Uma volta ao passado, quando a cidade era mais uma vila, com poucos moradores, boa parte deles metida nas bandeiras ou com as tropas de burros que corriam o Brasil de sul a norte, abastecendo as diferentes regiões com víveres e bens indispensáveis para a população.

Viagens de anos, nas quais São Paulo ficava quase deserta de homens e as fazendas eram tocadas pelas mulheres. Nessa cidade simples e pobre floresciam igrejas e conventos simples e pobres. Sua beleza está nisso e o prédio do Museu é a imagem viva de como era.

Mas se o prédio vale a visita, o acervo é deslumbrante. As peças que o compõem são o que há de mais fino e belo feito na arte sacra brasileira. O Museu de Arte Sacra está renascendo. É hora de ir até a Avenida Tiradentes conhecê-lo. Ou veja o site www.museuartesacra.org.br.

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