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Crônicas & Artigos

em 10/04/15

A sujeira do córrego da independência

por Antonio Penteado Mendonça

Em 2022 o Brasil comemorará 200 anos de vida independente. Foi em 7 de setembro de 1822 que o príncipe D. Pedro, retornando de uma viagem a Santos, deu o célebre grito que separou o Brasil de Portugal.

Ele havia parado nas margens do riacho do Ipiranga, que entrou para a história como painel dos fatos que aconteceram naquele dia distante, imortalizado no quadro “O Grito”, exposto no Museu Paulista, o Museu do Ipiranga.

Toda nação tem suas datas magnas e seus momentos fundantes. O Brasil não é diferente. Nossa história é rica e deve ser motivo de orgulho. Ao longo dela dobramos o tamanho do território, nos transformando num dos maiores países do mundo e na sua oitava – combalida – economia.

A nação subdesenvolvida, apoiada apenas no café e no açúcar, criou uma sociedade complexa, com viés sofisticado, interligando indústria, comércio, serviços e agricultura através de uma malha eficiente, que permitiu crescer quase que constantemente nos últimos 100 anos.

Temos mazelas? Temos, e como! É ler os jornais. Por isso temos que preservar os documentos, os monumentos e os sítios históricos. É preservar o passado e manter viva a chama da pátria para motivar as gerações atuais a prosseguir na caminhada em busca da felicidade social.

O Brasil não é famoso por se importar com monumentos ou marcos históricos. Que o diga o próprio Museu do Ipiranga, fechado em lamentável estado de conservação. Que o digam as estátuas roubadas em toda a cidade. Que o diga o córrego do Ipiranga, hoje, um esgoto a céu aberto.

É mais do que hora de limpar suas águas, tirar o lixo e o veneno. Ele tem que ser um rio vivo antes de 2022. Para uma obra destas, 7 anos é pouco tempo. Por isso temos que começar já!

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