A questão é didática
Durante muito tempo eu bati duro na CET por ela não pintar faixas separando as pistas das ruas. Bati mais ainda depois que descobri que ela sabe pintar rápido. É só ver a multiplicação das faixas dos ônibus e as ciclovias.
Do dia para a noite, explodem, tomando as ruas, exatamente como as tulipas fazem no começo da primavera nos campos da Holanda. De noite está tudo amarelo e seco e de manhã lá estão elas, enfeitando os campos, dando vida à vida, vermelha, como as ciclovias.
Por isso me veio a pergunta: Será que as ciclovias são vermelhas parra homenagear as tulipas e os campos da Holanda? Será que, no fundo, bem no fundo do peito da administração Abaré-Bebê 2 há um resto de saudade atávica, de quando os holandeses invadiram Pernambuco e se instalaram no Recife?
Não, o tema não é esse. O tema é a falta de faixas separando as pistas. Pela primeira vez tenho uma resposta mais inteligente do que não entender o que a CET fazia ou por que fazia.
Preste atenção: cada vez mais motoristas deixam o pudor de lado e mostram que aprenderam a dirigir em autoramas. As pistas onde carrinhos elétricos apostam corridas, com um trilho central prendendo a maquininha na pista e passando energia para elas.
Ao trocarem as pistas de autorama pela realidade das ruas estes motoristas continuam buscando a segurança do trilho e colocam o carro bem em cima das faixas pintadas para separar as pistas, ocupando duas delas e assim e sentirem seguros.
Não pintando as faixas, a CET obriga os motoristas a escolherem um lado. É como ensinar criança a nadar. Um dia se tira a boia. Sem faixa é a mesma coisa. O motorista tem que se virar sozinho para não se afogar.
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