A política do café com leite
Durante mais de cem anos, do século 19 ao século 20, o Brasil dependeu quase que exclusivamente do café. Mesmo as outras atividades econômicas, inclusive na agricultura, tinham como principal razão de ser abastecer o país para continuar produzindo café.
Ainda que o café tendo perdido muito do seu peso na economia, até hoje somos o maior produtor mundial e, graças ao tamanho do país, somos o único produtor que consegue fornecer para o mercado todos os tipos, do pior ao melhor.
Existe ampla literatura a respeito do tema. Ela é fascinante porque mostra uma história rica que resultou diretamente na abertura de boa parte do interior do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Paraná e, indiretamente, na abertura de boa parte do interior do Brasil.
O tema é complexo e, para quem nunca teve contato ou interesse, a leitura dos grandes tratados sobre o assunto pode ser desanimadora. Por isso eu recomendo a leitura de um livro relativamente pequeno, escrito pelo meu amigo José Alfredo Vidigal Pontes, um historiador de ponta, criterioso, ponderado e com um texto moderno, que facilita a leitura de um livro que trata tecnicamente da história do país.
“A Política do Café com Leite – Mito ou História” é um livro interessante e importante porque percorre, de forma resumida e bem documentada, o longo caminho do café na economia nacional.
Ainda que tendo como foco principal a tese da alternância de poder entre paulistas e mineiros na Primeira República, de 1889 a 1930, o texto vai muito além, fazendo um apanhado da trajetória do café, desde o Pará até os cafezais do cerrado de Minas Gerais, onde atualmente é gerada parte significativa da safra nacional.
Para quem quer se iniciar no tema, o livro vale a pena.
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