A fábrica de velas
De acordo com um sabiá que tem ninho no ipê roxo do sítio de um lobista na região de Atibaia, a coisa é certa. Ou melhor, está certa. O financiamento milionário com juros de pai para filho está garantido e o BNDES dos amigos deve financiar a nova fábrica de velas que está sendo montada na Região Metropolitana de São Paulo.
Segundo o sabiá, os principais acionistas e investidores do projeto são diretores e executivos das empresas de energia elétrica em operação no Brasil.
Com a criação de um fundo com objetivo específico, estes profissionais conseguiram as condições mínimas para deslanchar o projeto e a estrutura acionária da nova companhia já está devidamente equacionada, o que, num segundo momento, deve permitir inclusive a realização de um IPO, no novo mercado da Bovespa.
Ao que consta, a capacidade inicial será de 5 milhões de velas por mês. A produção focará as velas para iluminação em grande escala, razão pela qual serão padronizadas, com tamanho para queimarem 12 horas seguidas e capacidade de utilização para três dias.
Seis meses depois, deverá entrar em operação a segunda fase do projeto, que ampliará a produção para 20 milhões de velas por mês, ainda muito abaixo das necessidades da sociedade brasileira, tendo em vista a péssima qualidade da distribuição de energia em todos os cantos do país.
As linhas de crédito aprovadas pelo BNDES dos amigos serão suficientes para custear as operações e viagens ao exterior, com direito a vinhos franceses selecionados pelos enólogos do PT.
Se você imaginava uma origem mais romântica para sua falta de luz, esta é a verdade: os executivos das empresas de energia vão inaugurar uma fábrica de velas.
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