A culpa é nossa
Grande parte da culpa pelo Brasil estar onde está é nossa. Isso mesmo, de todos os brasileiros. Não é verdade que é tudo culpa dos políticos. Não é toda a culpa que é deles, a maior parte é nossa.
Os políticos não caem do céu, ungidos pelo Deus Pai, numa cadeira de deputado, governador ou presidente da república. Não, eles batalham pelo lugar, lutam com todas as armas, lícitas e não tão lícitas, para chegar lá e quem os coloca lá somos nós, quem os elege é o voto dos brasileiros.
Se as regras são ruins, a culpa é nossa. Se o sistema é podre, a culpa é nossa. Se a Constituição de 1988 é a pior constituição da história do Brasil, a culpa também é nossa.
Fomos nós que elegemos os constituintes, fomos nós que aceitamos regras elaboradas por pessoas medíocres, que tomaram de assalto a elaboração da Carta e inseriram nela toda sorte de absurdos travestidos de boas intenções. De boas intenções o inferno está cheio.
O Brasil nunca foi santo. Mas a degringolada atual tem nome: Constituição Cidadã e as distorções que ela gerou. Um monstrengo que criou o cenário perfeito para a tempestade perfeita.
O brasileiro não vai a reunião de condomínio, a grupo de consórcio, mesmo sabendo que é o seu dinheiro que está em jogo. Pra quê? É chato.
Da mesma forma, fazer política, participar, também é chato. Então pra que fazer? Votar é perder um feriado. Entender as regras do jogo é monótono. Escolher certo dá trabalho, muito melhor pedir a um amigo para indicar um candidato.
O meu estando salvo, dane-se o resto. O país precisa de hospital, escola, assistência social? Não é meu problema. Viajamos pra Miami, temos carro importado, votamos mal e insistimos em nos omitir. Bem feito. Os políticos de hoje continuarão a fazer as regras. As hienas vão continuar com o osso.
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