A cidade sem verde
São Paulo está esburacada, suja, mal cuidada, maltratada e agora seriamente ameaçada de ficar sem verde.
Não bastasse o absurdo que a atual Administração pretende ver aprovado como Plano Diretor da cidade, decidiram que não precisa mais fazer mudas e simplesmente pararam o trabalho de décadas, que fez a Prefeitura paulistana famosa pela qualidade do trabalho realizado em seus viveiros de plantas, começando pelo Manequinho Lopes, no Parque do Ibirapuera.
Não conheço ninguém que saiba onde a administração que não gosta da cidade pretende chegar. Mas, com certeza, pelos trailers que vamos assistindo, o lugar é longe, feio, frio e desagradável.
No mundo inteiro a tônica é recuperar as áreas degradadas para que se transformem em regiões tão agradáveis quanto as regiões preservadas.
Aqui se vê exatamente o contrário. Em vez de arborizarem a Zona Leste, a ideia é desarborizar as zonas Sul e Oeste.
Coisa de gente esperta, que sabe que o bom no mundo é ar poluído e que tudo o que uma cidade precisa é de habitantes com doenças respiratórias.
Nada que as ciclovias vazias não mostrem com toda a clareza, até para quem não tem condições de ver. Nada que os ônibus parados nos estrangulamentos depois do final das faixas exclusivas não exponham em sua mais absoluta nudez. Nada que a teoria do aumento do fluxo pela redução da velocidade não leve a alcançar as metas sem metas para que as metas possam ser dobradas e a velocidade mais uma vez reduzida.
Entre secos e molhados, pobre São Paulo! Pobre São Paulo, que já foi orgulho nacional e hoje é apenas um lugar sendo rapidamente destruído, porque a sina do paulistano é padecer no inferno.
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