A cidade das crateras e outros buracos
São Paulo já se orgulhou de ser várias vezes campeã do “troféu queijo suíço”, uma honesta homenagem às cidades mais esburacadas do mundo. A quantidade e a qualidade dos buracos paulistanos faziam com que a metrópole não ficasse preocupada nem mesmo com crateras como a que se abriu no município de Caieiras, alguns anos atrás. Por maior que fosse, uma única cratera não era suficiente para abalar a posição da Capital no ranking das cidades mais esburacadas do mundo.
Tínhamos buracos de todos os tipos e tamanhos e eles eram capazes de manter a posição de alto destaque de São Paulo. Depois a glória arrefeceu e a cidade perdeu um pouco da qualidade de seus buracos, sendo ultrapassada por outras cidades mais mal cuidadas do que ela. É o preço que se paga por prestar atenção na população, mas fazer o quê? É assim que o mundo gira.
Agora, quem sabe incentivada pela CET, a grande campeã entre todas as empresas incompetentes do mundo, a Prefeitura decidiu retomar a antiga garra e recuperar o tempo perdido. Nunca, em momento algum, se viu tantos buracos surgirem em tão pouco tempo. Nem mesmo quando a cidade era uma vila e o caminho para Santos era famoso por ser praticamente intransitável, aconteceu algo semelhante. E olha que os buracos eram a paisagem do Caminho do Mar…
Não há canto, beco, rua ou avenida que não amanheça todos os dias com mais buracos do que no dia anterior. E onde não surgem buracos, as costelas de vaca cumprem bem seu papel e maltratam os carros com tanta eficiência quanto a melhor cratera.
No ritmo que vai, a cidade com certeza estará entre as finalistas do “troféu queijo suíço”. Nem mesmo as estradas que cortam a Amazônia e o Mato Grosso chegam perto. São Paulo é para profissionais.
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