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Crônicas & Artigos

em 01/12/14

A ciclovia de Higienópolis

por Antonio Penteado Mendonça

A Praça Vilaboim é dos lugares charmosos de São Paulo. Mesmo tendo perdido uma parte importante da árvore mais bonita do pedaço, continua arborizada com árvores antigas, grandes, imponentes e belas. Tem restaurantes simpáticos, lojas tradicionais que nem a Musical Box, onde compro meus CD’s há mais de 20 anos, e por aí vamos.

E tem o Edifício Louveira, ideia de meu tio Alfredo Mesquita, um dos marcos do bairro.

A Praça Vilaboim caiu no campo de visão da CET. Todo mundo sabe o desastre que isso significa, seja rua, bairro, região. Prejudicando a mobilidade da cidade, para a CET, todo mal feito é bom e vale a pena.

Pois lá não foi diferente. Num ato de gênio, de deixar os cubistas e os hiper-realistas sem rumo, a CET meteu tinta vermelha no chão, criando mais uma de suas alucinadas ciclovias.

Subindo por trás da FAAP, a veia aberta no asfalto começa a colocar em risco a vida dos ciclistas logo depois do Estádio do Pacaembu. As ciclovias têm um problema ético quando encontram os pontos de ônibus. Como o transporte coletivo é o mote da administração Morubixaba-bebê, em frente aos pontos de ônibus a CET não pinta a faixa vermelha da ciclovia. Vai acabar mal, mas não é o tema de crônica.

Ao chegar na Praça Vilaboim a ciclovia seguia em frente aos restaurantes da direita para, ao chegar na Praça Buenos Aires, mudar de lado e seguir pela esquerda. Tudo cientificamente planejado para dar errado.

De repente mudaram tudo. Pintaram a faixa original de cinza e tacaram a vermelha do outro lado da rua, numa tremenda confusão de cores e direções. A pergunta que fica é por que os do lado de lá podem e os do lado de cá não podem? É milagre ou obra dos homens?

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