A CET não tem jeito
Todos nós sabemos: a CET não tem jeito. Mas, sei lá o que acontece, de repente – é como se os dragões adormecidos saíssem das cavernas e os príncipes encantados beijassem as princesas adormecidas – voltamos a acreditar em contos de fada.
Naquele instante o príncipe não é sapo, nem a fada voa feito um morcego. Há uma esperança no fim do horizonte, como se o pote de ouro brilhasse tão fortemente que embaçasse a vista e enganasse os sentidos, dando a sensação de que o sonho é verdade e vice-versa.
É a hora de todas as possibilidades, até as mais improváveis. O resultado é por um átimo acreditarmos no inacreditável e imaginarmos que a CET tem jeito.
Mas aí, o carro parado atrás buzina e o sonho desmorona e se transforma na realidade brutal e dura do dia a dia da cidade.
O que era ruim está um pouco pior. O péssimo se transforma em pesadelo e a vida pega pesado, no semáforo fechado, no semáforo quebrado, no marronzinho emperrando o que já estava quase parado.
A única certeza é a multa por entrar na faixa de ônibus sem ônibus. Tem gente que diz que a administração Abaré-Bebê 2 – O Retorno Manco detesta automóveis.
Eu duvido. É incompetência mesmo. Ou então, a administração Abaré-Bebê 2 detesta mesmo é a cidade.
Os carros seriam pouco para tanto ódio, tanta sede de sangue, tanta vontade de vingança.
O importante é destruir tudo. Ordem, hierarquia, o que tem, o que não tem, o que nunca terá.
Tanto faz os mortos e menos ainda os feridos. É mais uma forma de piorar o SUS. Abaixo a inteligência, longa vida para a morte!
Voltar à listagem