A boçalidade ao alcance de todos
A Rua Alvarenga poderia ser uma rua bonita, mas não é. A culpa não é dela, é do que fizeram com ela. Ao transformá-la em saída para o sul do país e acesso a várias rodovias, a cidade condenou a Rua Alvarenga a ficar feia, barulhenta, relativamente esburacada e, nesta Administração, mais suja do que no passado.
As construções que margeiam a rua são, em sua maioria, distintas. Casas de um bairro residencial, onde uma determinada rua perdeu essa característica, pressionada pelo progresso e pela falta de planejamento.
Nada que não se veja em outras áreas de São Paulo. É assim porque é assim e não tem o que fazer. São Paulo não aceita coleira há mais de 450 anos. Não vai mudar agora.
Faz tempo que o cenário é esse. Objetivamente, não é culpa de ninguém. É assim porque é assim, não tem o que fazer, exceto se ter pena dos proprietários dos imóveis da Rua Alvarenga, cheia de restrições de uso, como se a rua fosse quase que residencial.
É neste cenário que alguém que eu não conheço decidiu instalar seu escritório, fez uma grande reforma no imóvel, ergueu um muro alto para se proteger do barulho e dos assaltos, mas mandou pintar um mural para substituir o cinza triste do pedaço.
Mural com cara de mural e tamanho de mural. Mural que traz alegria para o trecho de rua que se destaca da paisagem comum, enchendo de cor um muro que chama a atenção por ser o oposto do entorno.
O mural da Rua Alvarenga é uma obra de arte pintada por uma artista talentosa, chamada Chatarina Suleiman. Foi esse mural que foi pichado por um imbecil que não tem noção de nada, mas acha que rabiscar tolices em cima de um mural é fazer arte. Lamentavelmente, ele segue a visão de quem aceita desfigurarem os Arcos dos Italianos, no centro da cidade.
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