A beleza da solidariedade
Trabalhar na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo é uma permanente lição de vida. De humildade. Todos os dias o Hospital Central e seu Pronto Socorro são testemunhas mudas de atos de bravura de policiais e bombeiros, da entrega de médicos e enfermeiros, da dedicação dos funcionários, da abnegação e da coragem dos doentes e acidentados.
Eu poderia tomar qualquer destes temas e teria material para escrever dezenas de crônicas relatando o tamanho do problema e a grandeza dos atores.
Seria fácil escrever sobre dramas com finais felizes, tragédias transformadas em vida, cenas impactantes como as que acontecem diariamente no Pronto Socorro.
Mas há um lado mais belo porque é mais humano, mais singelo, mais profundo.
Pouca gente sabe, mas os equipamentos de ressonância magnética, tomografia, radiografia e ultrassonografia, entre outros, trabalham 24 horas, sete dias por semana, sem um momento de interrupção, exceto para a manutenção.
Fato que tem explicação nos mais de 3 milhões de pacientes atendidos pela Santa Casa anualmente. Ou gira 24 horas ou o hospital não dá conta de atender a população.
É aí que a história fica mais bela porque fica mais humana. Os horários mais procurados para os exames são de noite, de preferência no sábado.
A razão? Solidariedade humana. É a hora em que o vizinho pode emprestar o carro; o amigo pode ser o acompanhante; o motorista do taxi pode dirigir com o taxímetro desligado; o parente não perde o dia de trabalho. É a hora em que o ser humano mostra que é belo ser humano.
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