A atualidade de 1932
Diz o poeta Paulo Bomfim que ninguém morre por uma Constituição. E eu concordo com ele. No caso, vou até além. Pouca gente nos dias de hoje sabe o que é ou ao menos viu um exemplar da Constituição de 1988.
Imagine em 1932, quando a taxa de analfabetismo beirava os 80%. O que levou os paulistas a pegarem em armas e lutarem contra os demais estados brasileiros não foi a Constituição em si, mas o risco da Ditadura Vargas comprometer os avanços sociais e econômicos conseguidos pelo Estado de São Paulo nos 70 anos que antecederam a Revolução de 1930.
A expressão “Revolução Constitucionalista” foi adotada para simplificar a definição dos anseios e temores que fizeram um exército de voluntários mal armados, mal equipados e invariavelmente mal comandados se lançar numa luta sem chance de vitória, para garantir o progresso e o bem estar social conquistado a duras penas e que diferenciavam São Paulo dos demais estados.
Derrotado no campo de batalha, o estado criou, em 1934, a Universidade de São Paulo para formar os quadros políticos, empresariais e profissionais necessários ao desenvolvimento nacional.
Formação que se pautava nos mais altos valores morais – integridade, honestidade, profissionalismo e competência das pessoas que tinham, na base antes da Universidade, escola pública de qualidade, saúde bem ministrada e segurança pública para empreenderem e vencerem, gerando riqueza e desenvolvimento para a sociedade.
Se olharmos o Brasil e o desamparo da sociedade, veremos que o país reclama os padrões éticos que levaram os paulistas a pegarem em armas contra as mazelas nacionais. A Revolução de 1932 não acabou no final da guerra porque os princípios morais que a desencadearam são eternos e formam a ponte segura para a felicidade dos brasileiros.
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