89 anos do poeta
A vida segue em frente, seja lá o que isso quer dizer. Ninguém sabe o que é o tempo, e o infinito e a eternidade são conceitos que não explicam muita coisa.
Mas nós nascemos, crescemos, pagamos impostos e morremos. No meio, alguns casam, outros não casam, mas biblicamente nos reproduzimos, de propósito e sem querer, numa corrida alucinada em nome da preservação da espécie e outras promessas, mais ou menos sérias.
Hoje o poeta Paulo Bomfim completa 89 anos de idade. É tempo, mesmo em tempos de vida longa e aumento das expectativas.
É dia de festa para ele e para os seus amigos e é também dia de festa para quem gosta de boa poesia, ou melhor, da melhor poesia escrita no Brasil.
Não é à toa que Paulo Bomfim é o Príncipe dos Poetas Brasileiros. Seus versos transcendem a própria poesia para ser a tradução da linguagem dos anjos quando não falam com Deus.
Mas Paulo Bomfim vai além. Ele é a própria poesia, ou a sua maior poesia. Os olhos do poeta veem o mundo com a ternura com que a mãe de primeira viagem olha seu filho recém-nascido.
Paulo Bomfim conhece o bom e o belo e conhece o feio e o ruim, mas o lado negro do mundo não penetrou sua alma, nem poluiu sua mente. Paulo Bomfim anda permanentemente no lado claro da vida e, por isso, não vê o grosso da maldade das pessoas. Para ele, quase todos têm um lado bom que é maior do que o lado ruim.
Por isso o poeta chega aos 89 anos como a criança vestida de soldado que marchava por São Paulo nos dias da Revolução de 1932. Ele continua acreditando na vitória do bem e fazendo força para ela acontecer.
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