70 anos do iate

O Iate Clube de Santos está completando 70 anos. É tempo! E o clube de hoje tem muito pouco do clube original. Mudou de cara, se tornou uma potência, com sedes no Guarujá, Angra dos Reis, Ilha Bela e São Paulo.

Para mim, o Iate Clube de Santos vai ser sempre apenas o Iate. O clube simples, perto da balsa. Desde menino pequeno, meu pai nos levava para lá. Não me lembro de quando ele foi dono do Caco, seu primeiro barco, mas ainda me lembro da Colibri, os dois em sociedade com tio Júlio Salles, comprados do primo, Marco Antonio Vieira de Carvalho, o tio Caco.

Depois meu pai teve a Tiche, um esquife, com motor de popa de 35 cavalos e eu tive um veleirinho com vela caranguejeira.

Mas os grandes barcos que marcaram minha infância e juventude foram o Albardon, de tio Ruy, e o Adriana, de tio Caco. Neles eu naveguei boa parte da costa paulista e a região de Angra dos Reis e Rio de Janeiro.

E logo em seguida veio a Vai Querer, uma Carbras Mar de 17 pés, com motor de rabeta penta que era igual ao motor 4 cilindros do Opala. O dono era o José Cássio do Val, meu grande amigo até hoje.

Com a Vai Querer nós fizemos viagens fascinantes, algumas irresponsabilidades, tivemos aventuras e muita, mas muita história bonita.

Ao longo de algumas décadas, o pano de fundo foi a sede do Guarujá do Iate Clube de Santos.

Sem esquecer meu pai, tio Caco, tio Ruy, meus primos e dezenas de amigos, meus e de meus pais, me lembro de um maitre que não acreditava que o homem tinha descido na lua e que fumava Hollywood cortiça, como ele chamava o Hollywood com filtro. Também não tem como esquecer o Passarinho, o Orlando e o Gilberto e, antes deles, o Inácio e o Reinaldo, todos grandes marinheiros.

O Iate está fazendo 70 anos e até hoje, pela sede de São Paulo, faz parte da minha vida.